terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Fábrica da Fiat simboliza a reindustrialização do Estado, diz Eduardo


Presidente da Fiat irá enfatizar fortalecimento internacional da marca



onfira em primeira mão o pronunciamento do presidente mundial da Fiat, Sergio Marchionne,
na solenidade de lançamento da pedra fundamental da fábrica da Fiat em Pernambuco, nesta terça-feira (28), no Porto de Suape.

"Creio que o dia de hoje é o melhor modo de encerrar o ano. Hoje, não colocamos apenas a pedra fundamental de uma fábrica. Damos um passo fundamental para o futuro da Fiat no Brasil. E hoje tem início também um novo capítulo da estratégia de fortalecimento internacional da nossa empresa.

Fico feliz que tudo isso aconteça aqui, no estado de Pernambuco. É uma feliz coincidência encontrarmo-nos na terra natal do Presidente Lula para dar início às obras da construção de um grande complexo industrial.
A solenidade de hoje representa o coroamento de um percurso e, ao mesmo tempo, o início de uma nova fase para a Fiat. Nenhum dos dois teria sido possível sem a colaboração das autoridades públicas e sem os esforços que este Governo fez para transformar o Brasil profundamente, do ponto de vista econômico, e para aumentar o bem-estar social da população brasileira.

Não é a primeira vez que expresso esta opinião e tenho certeza de que esse fato já é reconhecido em nível internacional. Este país é, hoje, um dos lugares do mundo em que os investimentos encontram o ambiente mais seguro e promissor. O Brasil tem sólidas bases econômicas, um mercado interno muito forte e tem demonstrado que sabe reagir com decisão e rapidez diante de uma crise internacional. Enquanto o resto do mundo amargava a recessão, criavam-se aqui novas oportunidades e surgiam centenas de milhares de empregos. Graças às políticas aprovadas nestes anos, o Brasil, hoje, atingiu uma solidez e uma estabilidade que podem ser consideradas elementos duradouros para o futuro.

Por todos esses motivos, a decisão da Fiat de continuar a investir aqui é a consequência natural de um processo de crescimento e de amadurecimento que nossa empresa viveu junto com este país.
Como vocês sabem, o Brasil tem um papel fundamental para o Grupo Fiat.

Especialmente nos últimos dois anos, quando todas as indústrias do mundo precisaram enfrentar uma crise assustadora, a contribuição das atividades brasileiras para o grupo foi determinante.

E nossos projetos de desenvolvimento são muito ambiciosos. No Brasil visamos a atingir a cota de mais de um milhão de veículos vendidos no ano de 2014. Os investimentos que já programamos no país refletem nosso compromisso de apoiar a tendência de crescimento que esperamos do Brasil e da América Latina nos próximos anos.

Mas a ligação entre a Fiat e o Brasil tem raízes mais profundas do que puramente econômicas e comerciais. Todos nós crescemos como parte integrante do sistema brasileiro, compartilhamos as dificuldades, os desafios e os sucessos. Atingimos, juntos, um grau de integração que é um exemplo de grande valor.

O que mais me deixa feliz é ver e sentir que a Fiat, aqui, é considerada uma empresa de casa. E posso lhes garantir que não há lugar no mundo em que nos sintamos mais em casa do que no Brasil.

Este discurso me leva aos motivos pelo qual Pernambuco foi escolhido para o investimento mais consistente – 3 bilhões de reais– que já fizemos fora da região histórica de Minas Gerais.

O lugar em que estamos hoje, de frente para o mar, é simbólico, de certo modo. É um lugar aberto para o mundo, uma articulação estratégica para os transportes e para a logística. E onde se trocam mercadorias, há também o intercâmbio de ideias, culturas e tecnologia.

O estado de Pernambuco tem uma extraordinária história de crescimento econômico e social. O produto interno bruto quase dobrou em poucos anos.

Favoreceu o surgimento de mais de 80 empresas novas, oferecendo milhares de novos empregos. Dispõe de um capital humano de altíssima qualidade, graças à presença de universidades, centros de formação e campus que representam um patrimônio inestimável de conhecimentos técnicos e profissionais. Apostou com decisão no fortalecimento da rede de infraestrutura que, hoje, faz deste estado o centro mais importante do Nordeste brasileiro. Tudo isso foi possível porque o Governo local decidiu valorizar a cultura manufatureira, favoreceu os investimentos externos, acompanhou-os nas fases iniciais, e permitiu que muitas atividades se afirmassem e crescessem junto com o território.

Para a Fiat, é uma honra passar a fazer parte de um tecido tão vital e estratégico como este, do estado de Pernambuco.

A Fiat também se transformou muito nesses anos, abriu-se progressivamente para o mundo e, hoje, é uma empresa global, com grandes projetos de expansão.
Muitas das iniciativas recentes nos permitiram fortalecer nossa posição e ampliar nossa presença no mundo.

O acordo com a Chrysler nos deu a possibilidade de voltar ao mercado norte-americano, depois de uma ausência que durou 27 anos, e nos permite ampliar a variedade da oferta, além de atingir a massa critica necessária para competir com os maiores produtores.

Demos início também a iniciativas industriais na China, na Índia e na Rússia, e estamos preparados para aproveitar qualquer oportunidade que se apresentar no futuro.

Mas o perfil global da Fiat foi construído sobre valores fortes – sobre o respeito, sobre a honestidade e sobre a transparência – sempre lembrando que, em cada país e em cada comunidade, a nossa empresa é uma empresa local.
Isso significa que o primeiro dever que sentimos é o de promover, juntamente com o crescimento dos negócios, também o crescimento da região e da sociedade na qual operamos. Esse é o único modo, em minha opinião, em que os resultados econômicos têm realmente valor.

Agradeço novamente ao Governo brasileiro, e em particular, ao Presidente Lula, pelo apoio que nos deu durantes esses anos e por ter nos dado a honra, hoje, de sua presença.

Gostaria de fazer um voto especial à futura Presidente Dilma Rousseff, que teve um papel importante em tudo o que foi realizado no Brasil nos últimos anos. Suas qualidades e sua liderança são a melhor garantia para o futuro deste país.

Agradeço também ao Governador Eduardo Campos, que nos encorajou e apoiou nessa extraordinária iniciativa.

Posso garantir a vocês que é um privilégio para a Fiat participar do desenvolvimento do estado de Pernambuco e continuar a crescer e a amadurecer juntamente com o Brasil.

Gostaria de concluir o meu pronunciamento dirigindo o meu pensamento a uma pessoa que nos últimos anos significou muito para o Brasil e para a Fiat.

O presidente Lula pode não se lembrar de quando eu estava sentado na primeira fila do grande auditório do Fórum Econômico Mundial, em Davos, em 26 de janeiro de 2003, quando ele se dirigiu, creio que pela primeira vez, a um grupo de dirigentes e líderes políticos internacionais.

Recordo-me bem a expectativa e o nervosismo do público no encontro do recém-eleito presidente do Brasil, um político diferente, que veio do povo, movido por um irrefreável impulso de levar igualdade e imparcialidade econômica às pessoas que o elegeram.

Saí daquele encontro, como muitos outros, com uma sensação de incerteza diante do que aquela Presidência significaria para a maior economia da América Latina.

Mas, à medida que os meses se passavam, assistimos à impecável execução de um plano voltado para unir e equilibrar a melhora do padrão de vida dos seus concidadãos, com uma abertura aos investimentos e ao desenvolvimento industrial. Assistimos à adoção e à implementação de uma série de políticas que encorajaram o investimento externo, que utilizaram os recursos do Estado para criar as condições necessárias para um crescimento econômico estável e duradouro.

Quero agradecê-lo pessoalmente, e em nome dos mais de 240 mil pessoas da Fiat e da Chrysler, por ter criado um novo padrão de liderança, não só do ponto de vista político, mas sobretudo humano. Somos orgulhosos de ter estado ao seu lado nos últimos 8 anos, e de termos contribuído, de alguma forma, para o alcance de seus objetivos para o Brasil.

Depois de um pouco de merecido descanso, espero que possa continuar a contribuir com sua liderança em escala mais ampla e global, e que, antes ou depois, os nossos caminhos se encontrem novamente.
Mais uma vez, de coração, os nossos mais sinceros agradecimentos
."





Durante evento de lançamento da pedra fundamental da Fiat, em Suape, na tarde desta terça-feira (28)), o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, agradeceu o empenho de Luciano Coutinho (BNDES) e Maria Fernanda Coelho (Caixa Econômica) na liberação de investimentos para o Estado.

Sobre Lula, Eduardo disse que o presidente deixa marcas importantes para o povo nordestino e pernambucano. "A Fiat simboliza a reindustrialização do Estado". No final do seu discurso, o governador sugeriu que o presidente esteja em Suape, em 2013, para dirigir o primeiro carro produzido pela montadora.

Logo em seguida, a placa comemorativa ao ato foi, finalmente, inaugurada.


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